4.5.19

É um problema de hermenêutica o
dos dedos no teclado e das
fronteiras

o linguajar do par de
jarras em ti
pousado como múmias videntes

mesmo se com o sotaque luminoso
de enrolar rebuçados
que ainda ouço

era um problema de geografia a
confusão entre estar aqui
ou aí
vim por isso para dentro

recebo a corrente de ar
mas sei que sou estes ossos
e mais adulta me inteiro livre

mesmo se nos meus gestos todos
(que procuro elegantes no arejar completo)
gosto tanto de ti

podíamos casar numa casinha
ter uns filhos e uns livros e
uns mundos

e a minha mão estaria toda
alerta
da presença dos teus dedos

e de crescermos ancorados num
ventinho fresco
junto a uma porta junto ao mar junto a uma cidade

juntos cada um desenroscado e
bravo
maior